Jurubeba: Conheça seus usos

Jurubeba é uma pequena árvore que cresce até 3 m de altura, com folhas em forma de coração que são lisas no topo e enrugadas por baixo. Produz uma fruta pequena e amarela e flores lilás ou brancas. Existem árvores de jurubeba masculinas e femininas; a fêmea cresce um pouco mais alta, tem folhas maiores e dá frutos. As folhas e raízes de espécimes femininos e masculinos (assim como os frutos) são utilizadas alternadamente para fins medicinais com igual eficácia. Jurubeba é nativa do Brasil, Paraguai e Argentina.

Família: Solanaceae
Gênero: Solanum
Espécie: Paniculatum
Sinônimos: Não há
Nomes comuns: Jurubeba, jubeba, juribeba, juripeba, jupela, juripeba, juuna, juvena, jurubebinha, jurubeba-branca, jurubeba-verdadeira
Partes usadas: Folhas, raízes, frutas

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Usos de medicina tribal e erval da jurubeba

Os usos indígenas da jurubeba são muito pouco documentados, mas seus usos na fitoterapia brasileira foram bem descritos. Jurubeba é listado como um medicamento oficial na Farmacopeia Brasileira com um específico para anemia e distúrbios hepáticos. Jurubeba é há muito utilizado para distúrbios digestivos e hepáticos. Em 1965, o Dr. GL Cruz escreveu que “… as raízes, folhas e frutos são usados ​​como tônicos e descongestionantes. Estimula as funções digestivas e reduz o inchaço do fígado e do baço. É um bom remédio contra doenças crônicas.” hepatite, febre intermitente, tumores uterinos e hidropisia “.

Atualmente, as folhas e raízes da jurubeba são usadas na medicina brasileira como tônico e para febres, anemia, erisipela, hepatite, distúrbios do fígado e do baço, tumores uterinos, síndrome do intestino irritável, gastrite crônica e outros problemas digestivos como digestão lenta, inchaço e flatulência. O chá de folhas de Jurubeba é um remédio doméstico muito comum em todo o Brasil para ressacas. Os brasileiros gostam de comer. E no Brasil geralmente significa que o alívio é necessário tanto por indigestão e inchaço por comer demais quanto por excesso de álcool. É nele que se acelera o processo digestivo e promove o esvaziamento gástrico por esse motivo. Às vezes, também é empregado externamente em cataplasmas para curar feridas e úlceras.

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Produtos químicos com jurubeba

Os constituintes ativos da jurubeba foram documentados pela primeira vez na década de 1960, quando pesquisadores alemães descobriram novos esteroides vegetais, saponinas, glicosídeos e alcaloides nas raízes, caules e folhas. Os alcaloides foram encontrados mais abundantemente na raiz, embora também presentes no caule e nas folhas. Solanidina e solasodina foram descobertas nas folhas e frutos de jurubeba, o que provavelmente explica suas propriedades protetoras do fígado.

O composto solanina, também encontrado na planta, foi documentado em pesquisas clínicas por possuir atividade analgésica (possivelmente por sua capacidade de bloquear os impulsos da dor no sistema nervoso). Os esteroides e saponinas foram encontrados em maiores quantidades na raiz, enquanto as folhas apresentaram a maior quantidade de glicosídeos. Verificou-se também que a planta contém uma grande proporção de propriedades amargas, que se pensava contribuir para sua capacidade de estimular a digestão. Os principais produtos químicos vegetais em jurubeba incluem: isojurubidina, isopaniculidina, jurubina, jurubidina, jurubilina, paniculina, paniculidina, paniculonina A, paniculonina B, painculogenina, solanina, solanidina, solasodina e neoclorogenina.

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Atividades biológicas e pesquisa clínica com jurubeba

Toda a pesquisa clínica sobre jurubeba foi realizada no Brasil, já que a planta e seus usos medicinais não são bem conhecidos fora do Brasil. Um estudo recente (2002) procurou validar o uso tradicional da planta como auxílio digestivo. A raiz, o caule, a flor, a folha e os frutos da planta apresentaram atividade anti-úlcera. Um extrato aquoso da raiz administrado por via oral a camundongos inibiu a secreção de ácido gástrico induzida por estresse e vários agentes químicos, além de impedir o desenvolvimento de lesões gástricas. Verificou-se que outros extratos inibem a secreção de ácido gástrico em camundongos com a bactéria H Pylori causadora de úlcera.

Em outro estudo, ratos com úlcera gástrica induzida por ácido acético receberam um extrato aquoso de jurubeba. O extrato também permitiu a aceleração da cicatrização de lesões gástricas crônicas. Os pesquisadores resumiram: “Coletivamente, os resultados validam o uso popular da planta Solanum Paniculatum no tratamento de distúrbios gástricos”.

Estudos em animais como gatos indicaram que os extratos de água e de álcool de jurubeba reduziram a pressão sanguínea, enquanto apenas o extrato de água aumentou a respiração. A planta também foi documentada como tendo atividade cardiotônica, como evidenciado por uma ação estimulante no coração de sapos. Esse efeito positivo no coração pode ser devido ao alcalóide solanidina, que foi documentado como tendo essa atividade.

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Usos práticos atuais da jurubeba

Embora a jurubeba seja um remédio natural muito popular, seu uso se limita principalmente à América do Sul. A planta demonstrou pouca toxicidade: um estudo recente mostrou que um extrato aquoso de flor, fruta, folha, caule ou raiz (administrado por via oral a camundongos a 2 g / kg) não apresentava toxicidade. É um ótimo tônico para o fígado e um remédio maravilhoso para muitos tipos de distúrbios digestivos (especialmente para digestão lenta), trabalhando de maneira rápida e eficiente, e merece muito mais atenção da comunidade científica internacional.

Resumo da planta de jurubeba

Método principal de preparação: infusão ou extrato fluido
Principais ações (em ordem): gastroprotetor (protege o trato gástrico), estimulante digestivo, antiulceroso, carminativo (expele gases).

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Principais usos:

  1. para acelerar a digestão e estimular a função digestiva
  2. para aliviar o estômago azedo, gases, inchaço e dispepsia geral
  3. para úlceras estomacais
  4. tonificar, equilibrar, fortalecer e proteger o fígado
  5. tonificar, equilibrar e fortalecer o coração

Propriedades:
analgésico (analgésico), antiácido, antiulceroso, cardiotônico (tons, equilibra, fortalece o coração), estimulante digestivo, gastrototônico (tons, equilibra, fortalece o trato gástrico), gastroprotetor (protege o trato gástrico), hepatotônico (tons, equilíbrios , fortalece o fígado), hipotensivo (diminui a pressão sanguínea).

Outras propriedades de ações documentadas pelo uso tradicional:
anti-inflamatório, antilítico (previne ou elimina cálculos renais), anticancerígeno, aperitivo (laxante suave), estimulante da bile (fígado), purificador de sangue, carminativo (expele gases), descongestionante, diurético, febrífugo (reduz a febre), nervos (saldos / acalma os nervos), tônico (tonifica, equilibra, fortalece as funções gerais do corpo)

Cuidados: Pode reduzir a fertilidade nos homens. Tem um efeito hipotensor (abaixa a pressão sanguínea), estimulante no coração e deve ser usado com cautela se você tiver um problema cardíaco.

Preparação Tradicional: Um copo de uma infusão padrão de folhas ou 3-4 ml de extrato fluido é tomado 1-3 vezes ao dia (com ou logo após as refeições). 1-2 g de folhas em pó em comprimidos ou cápsulas (ou agitadas em água ou suco) com as refeições podem ser substituídos, se desejado.

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Contra-indicações:

  1. A solasodina fitoquímica foi documentada para reduzir a contagem de espermatozóides e ter um efeito antifertilidade em animais machos. Embora a jurubeba em si não tenha sido documentada para ter essa ação, os homens em tratamento de fertilidade provavelmente devem evitar o uso dessa planta.
  2. Esta planta foi documentada como tendo atividade hipotensora leve, além de uma ação estimulante no coração. Pessoas com distúrbios cardiovasculares, hipotensão ou medicamentos que baixam a pressão arterial devem usar esta planta somente sob os cuidados e a direção de um profissional de saúde qualificado.
  3. Herbalistas no Brasil relatam que o uso prolongado ou crônico desta planta pode irritar o revestimento do estômago em alguns indivíduos. Não use cronicamente (diariamente) por mais de 30 dias. Em relação as Interações medicamentosas não há nenhum conhecimento. Possivelmente pode potencializar medicamentos hipotensores.
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Receitas com Jurubeba

Conserva de jurubebas

1 xícara de jurubebas bem verdinhas
Sal para escaldar
1 xícara de vinagre de vinho branco
1/3 de xícara de água
1 colher (sopa) de açúcar
½ colher (sopa) de sal
1 colher (chá) de sementes de coentro
3 cravos
1 dente de alho cortado em fatias
2 pimentas malaguetas ou 1 dedo-de-moça cortada em rodelas

Coloque para ferver uma chaleira com bastante água. Lave bem as jurubebas, cubra com água fria e leve ao fogo com 1 colher (chá) de sal. Quando ferver, escorra, coloque mais água quente (da chaleira) com sal e repita o operação. Faça isto de 5 a 7 vezes para que as bolinhas fiquem com um amargo gostoso. No final, acrescente todos os outros ingredientes e deixe ferver. Coloque ainda quente em vidro de conserva de meio litro aferventado e também ainda quente. Feche bem e deixe na geladeira. Espere curtir por pelo menos uma semana. Rende: 1 vidro de meio litro.

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Arroz de camarão com cúrcuma e jurubeba

200 g de camarões frescos com casca (sem cabeça)
1/3 de colher (chá) de sal (para temperar o camarão)
Filetes de uma pimenta dedo-de-moça
Meia cebola picada finamente
1 colher (sopa) de azeite
1 xícara de arroz branco cateto
1 colher (chá) de sal
1 colher (chá) de cúrcuma (açafrão-da-terra ou da-índia) em pó
2 colheres (sopa) de jurubeba em conserva escorrida
2 xícaras de água quente

Tempere os camarões com o sal e a pimenta dedo-de-moça. Reserve. Numa panela, refogue a cebola no azeite, só para murchar. Junte o arroz, o sal, a cúrcuma e a jurubeba e refogue, mexendo, por 1 minuto. Despeje água quente e espere ferver. Abaixe o fogo, tampe a panela e cozinhe por 5 minutos. Espalhe por cima os camarões com as pimentas, tampe e deixe cozinhar até toda a água secar (cerca de 10 minutos). Se quiser, junte cheiro-verde por cima (eu não quis). Ou umas tirinhas de pimenta para alegrar. Rende: 4 porções de arroz cremoso.

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